A ordem natural da vida é os filhos suportarem a morte dos pais. Quando é um pai ou uma mãe a suportar a dor da morte de um filho, o peso pode ser asfixiante e insuportável. A vida no mundo parece que acabou, mas o coração ainda bate e é preciso lidar com a morte de um filho para ele bater melhor.
Abraçar as emoções
Sucumba às emoções sem reservas. Chore sempre que preciso, ninguém é de ferro. Faça o luto que achar necessário mas não se negue a um sorriso. Nunca tenha comportamentos autodestrutivos, encaminhe a sua raiva e desespero para outras vertentes como desportos de combate.
Cada pessoa tem a sua forma de lidar com a morte, pelo que deve procurar a melhor forma para si de suportar a dor.
Sobreviver
Perder um filho é acordar todos os dias e cair num abismo ao sair da cama pois não existe chão nem mundo real, só um enorme vazio. Os pais podem sentir-se culpados em sobreviverem enquanto o filho não, mas mais do que sobreviver, um pai e uma mãe devem viver e homenagear a memória do filho com a sua própria vida.
Os pais podem manter o quarto do filho intacto por uns tempos e recordar constantemente os momentos com o filho em fotografias e vídeos com um sorriso e uma lágrima no rosto. Porém, convém não fazer respiração boca à boca a um passado que não volta e viver no presente com esperança no futuro.
Procurar apoio
Suportar o amanhã sem um filho que será sempre um filho até à morte (e nunca um ex-filho) é extremamente difícil. Perdeu uma parte de si. Para não passar a dor sozinho, recomenda-se partilhar a dor com pessoas que passam pelo mesmo e com familiares e amigos. Ao desabafar os sentimentos, a pessoa está a decompor a imensa bola negra de dor em pequenos pedaços e a prevenir ceder a esta.
O apoio psicológico e espiritual podem também atenuar e confortar a dor dos pais de alguma forma.
Dar tempo ao tempo
Como o luto de um filho é uma cicatriz para a vida, permita que esta ferida sare aos poucos, sem exigir muito de si. Se tiver problemas em fazer pequenas tarefas do dia-a-dia, se sentir-se dormente ou paranoico, pare por um bocado, relaxe, faça algo que goste ou não faça nada.
Não há nenhuma fórmula ou segredo para lidar com a morte de um filho, mas existe um medicamento invisível. O tempo é inimigo do corpo mas amigo da mente e coração. Não passará um dia em que não se lembrará do seu filho, mas a cada dia que passa aprenderá a viver sem a companhia do filho, a concentrar-se na sua própria vida e a fortalecer o seu ser.